Ciência e Tecnologia

terça-feira, 6 de maio de 2008

Combinação de Hormônios Ataca a Obesidade

Pesquisadores ligados a uma empresa farmacêutica americana estão apresentando o que consideram ser uma espécie de golpe duplo contra a obesidade, no melhor estilo "uma no cravo e outra na ferradura". Jonathan D. Roth e seus colegas da Amylin Pharmaceuticals, sediada em San Diego, na Califórnia, usaram uma combinação de substâncias para atacar problemas que, no curto e no longo prazo, tornam a tarefa de emagrecer quase impossível.

Os alvos da pesquisa são dois hormônios, a amilina, produzida pelo pâncreas, e a leptina, fabricada nas células adiposas (de gordura). Durante muito tempo, cientistas e médicos acharam que oferecer mais leptina ao organismo poderia ser a chave para acabar com a obesidade. De fato, a substância parece ser essencial na regulação do metabolismo, dizendo ao organismo que está na hora de parar de comer e que ele pode liberar suas reservas de gordura.

No entanto, animais e pessoas severamente obesos desenvolvem resistência à leptina, como se o hormônio já não fosse mais capaz de regular as reservas energéticas do corpo. A leptina, além disso, funciona mais no longo prazo. Por outro lado, a amilina parece agir no curto prazo, sinalizando de forma mais imediata - ao longo de uma refeição específica, por exemplo - que está na hora de parar de comer.

Combinação matadora

Roth e companhia queriam saber o que seria possível fazer com a ação conjunta das duas substâncias. Em testes com camundongos e, depois, com humanos obesos (177 voluntários), eles injetaram a dupla, bem como fizeram comparações usando os hormônios de forma isolada.

O resultado? No caso dos humanos, uma perda média de 12% do peso corporal, ou 11 kg por pessoa, em média, ao longo de 20 semanas. Ao que parece, a amilina não só reduz o apetite das pessoas como também acaba com a resistência do organismo obeso à leptina, que volta a funcionar com força total e faz seu trabalho de regulação do metabolismo. Resta saber se o efeito continuará valendo em testes com mais pacientes.

Fontes : Globo.com Ciência e Saúde / A pesquisa está na edição desta semana da revista científica americana PNAS www.pnas.org